domingo, 24 de novembro de 2013

Lançamento 2014 "Lendas Amazônicas" de Rui de Carvalho

Lendas são histórias contadas e transmitidas através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com frutos da fantasia, procurando explicar eventos misteriosos ou sobrenaturais. Foi lendo o livro “O Caríua e outros Contos Amazônicos”, do escritor e professor
Altino Berthier Brasil, que voltei a me interessar por esse
tema tão fascinante.

Apresento aqui, de forma lúdica, algumas das lendas que fizeram parte da minha infância e adolescência e que continuam vivas até hoje. Era comum ouvir essas histórias acalentado por minha mãe. Apavorado e ao mesmo tempo deslumbrado com tantos mistérios era embalado na rede, imaginando o mau agouro da Matinta Pereira rondando a porta da nossa casa a procura de tabaco. Logo fechava os olhos na tentativa frenética 
de dormir em paz.

Desde 1987 desenvolvo este trabalho, a partir da minha primeira exposição no Espaço Cultural Petrobras, no Rio de Janeiro, onde apresentei telas e versos sobre as lendas amazônicas na tentativa de manter as minhas lembranças vivas e de transmitir estas histórias às novas gerações, através das minhas pinturas e canções.

Rui de Carvalho

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lenda da Matinta Pereira




MATINTA PEREIRA
(Rui de Carvalho)

Matinta Pereira, na ronda noturna
Matinta Pereira, o que vens buscar?
Matinta Pereira, hoje é sexta-feira
Sua alma penada quer me encontrar

Matinta Pereira, sua ave matreira
Matinta Pereira, hoje vou é rezar
Matinta Pereira, eu morro de medo
De tantas visagens me faz assustar

Matinta Pereira, se queres tabaco
Matinta pereira, amanhã vem buscar
Matinta Pereira, com seu mal agouro
No meio da noite é de arrepiar

Lenda do Sapo Aru / Sapo Cururu




SAPO ARU

(Rui de Carvalho)



Sapo-aru que na estação das cheias

É um rapaz forte e elegante

Cúmplice de sua amante

Exigente e exuberante

Que abençoa os ribeirinhos

Protegendo as plantações

Excitando os corações

Estimula a natureza



SAPO CURUCU

(Marciso Carvalho)



Sapo aru, sapo-concho, sapo-untanha

Sapo-palhaço, sapo-pipa, sapo-boi

Sapo-ferreiro, juiponga, tanoeiro

Sapo-parteiro e o sapo-do-surinã



Sapo coaxando no pé do sapotizeiro

Lá no quintal coaxa o sapo-jururu

Sapo-gigante, sapo-anão, sapo-faceiro

Mas nenhum coaxa como coaxa o cururu



O coaxar do sapo, sapo-cururu ié ié ié

O coaxar do sapo, sapo-cururu ié ié ié

O coaxar do sapo, sapo-cururu ié ié ié

O coaxar do sapo, sapo-cururu ié ié ié.



Eu vi no mato, na sombra da sapopema

Um sapo, sapo capenga, será que sabe pular